quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Macrópolis


MACRÓPOLIS, O PONTO DE REENCONTRO
– FILOSOFIA DO KAIRÓS –


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Dinâmica Ondular da Vida

            1. Toda a educação deve levar à consciência do mundo, à auto-consciência, à auto-realização e  à transformação social, com justiça e liberdade. Este é o caminho da Paz e do bem-estar.
Esta é a tendência do mundo globalizado, como uma Aldeia Global,  uma Praça Universal e, enfim, uma Megalópolis, cujos pilares estão assentados na Macrópolis e na Filosofia Tetralógica.
Para ser guindado  à condição de cidadão global da Macrópolis, a pessoa precisa ser cidadã consciente e ativa de seu torrão natal e vinculado à sociedade global. O princípio da cidadania não é uma abstração.
Efetivamente, a Macrópolis pode estar em todos os lugares... Só depende da Consciência. A Macrópolis está dentro de nós, na nossa consciência humana.
Fernando Pessoa criou um conceito que não chegou a desenvolver: a Cosmópolis. Acredito que estaria muito próximo do nosso conceito de Macrópolis: um projeto paradigmático, de essência utópica, como um desafio à criatividade humana das pessoas conscientes e responsáveis, na linha da Tetralogia Analítica.

2. Precisamos saber ver a história, como um movimento ondular e não retilíneo. As idéias se sucedem, ora em alta, ora em baixa, sucessivamente, mas o mar é o mesmo e a água também. O que muda são as circunstâncias.
O barco sobe e desce e pode até naufragar, se não for resistente ou se o piloto se descuidar ou se for incompetente, ou despreparado. A vida é mudança e não estagnação. E a mudança continua, como o dias, os anos e as estações do ano.

2
Crise Global é Colapso de Ética?

1. Hoje, todos, estamos no mesmo barco: todos somos solidários com todos, na alegria e na dor.
É esta realidade. É o que demonstra a crise global que o mundo atravessa, provocada pela irresponsabilidade e pela ganância de alguns. Pensando levar vantagem, acabaram caindo no turbilhão geral que ajudaram a detonar.
A sociedade, desnorteada, está chegando a um colapso ético, político e econômico, por falhas na política de Educação das Novas Gerações.

2. O PACTO HUMANISTA GLOBAL - GLOBIPACTO não se propõe atirar pedras em ninguém; propõe-se apenas como uma atitude construtiva. No entanto, quer ser um movimento de pessoas atentas ao que se passa em seu redor, para poder superar os elementos viciados e deletérios da sociedade real.
            A Macrópolis está viva, ativa e atuante, onde está uma pessoa consciente, atuante, solidária e generosa que se preocupa pela justiça e paz, em seu redor e em todo o planeta, e se sinta vinculada espiritualmente a todos que, declarada ou implicitamente, se vinculam à Macrópolis.
No ponto mais alto da Macrópolis, no coração das pessoas, a bandeira que dardeja, em mastro monumental, é a bandeira branca da PAZ, anunciando Novos Dias...

3. Diríamos que a vida tem duas dimensões conjuminadas: a de Kronós, que vê o tempo como passado, presente e futuro; e a de Kairós que observa a vivência e a fruição da vida.
A Macrópolis é Kairós: é a solidariedade e a fraternidade entre as pessoas de todos os quatro cantos do mundo: é a solidariedade que faz a unidade cívica universal.
A Megalópolis é Kronós: essa realidade sócio-cultural, humana, palpável e visível.

3
Kronós e Kairós
 (O despertar para a Vida Plena)

1. Os gregos e outros povos antigos dividiam o tempo em duas categorias: Kronós e Kairós;
O Kronós é o tempo contínuo e incontrolável e implacável, o tempo do cronômetro, do relógio, do calendário.
O Kairós é o tempo que nós controlamos; o tempo certo e adequado; ou o tempo psicológico: o tempo de Deus, o tempo do espírito, o tempo psicológico, o tempo que não percebemos que passa, o tempo da liberdade, o tempo da fé, o tempo do ágape.
Kronós é o tempo linear, sintagmático, diacrônico; o tempo da vida.
Kairós é o tempo do paradigma, sincrônico; o tempo da vivência...
Kronós foca a quantidade; Kairós foca a qualidade.
Kairós é viver intensamente o seu tempo.

A vida plena está na conjuminação do Kronós com o  Kairós.

Em Kronós, o tempo é tripartido: passado, presente e futuro.
Em Kairós, o tempo é unitário: é um presente contínuo, para o qual converge o passado e o futuro.

2. Em Kairós, o passado está presente como, memória, e o futuro, como esperança. O presente é a síntese dialética do que foi e do que será.
Num tempo em que todos repetem o dogma implacável: "tempo é dinheiro", falar em Kairós - o tempo psicológico, atemporal - pode dar incômoda sensação de heresia, de alienação, ao se pensar em alienação, ao se pensar em produtividade.

No entanto, nossa posição kairológica não nega a condição cronológica. Apenas realçamos nossa condição real de seres racionais, materiais e espirituais complexos. O espírito vive no Kairós,  a matéria vive no Kronós. Os dois se integram e complementam. A falta de um deles produz desequilíbrio existencial.

3. Afirmamos que precisamos viver cronologicamente, sem nos esquecermos de viver cairologicamente, saboreando cada momento: vivendo intensamente. É preciso valorizar uma dimensão sem esquecer a outra.
A vida dos humanos conscientes transcorre na dialética do Kronós e do Kairós, como duas faces inseparáveis da mesma medalha: o verso e o reverso da vida: a dimensão do físico e do espírito.
O Kronós não é a negação do Kairós.
A temporalidade é um elemento constitutivo de todos os seres, vivos ou não.
Nós somos filhos do tempo, mas não escravos do tempo (Kronós).
Os humanos somente são vítimas do Kronós, se não souberem descobrir a dimensão do Kairós: o sentido da vida, o sentido de cada momento.
Precisamos aprender a viver, em plenitude, cada momento de nossa vida.
Kairós é a libertação dos seres humanos, em relação a sequência implacável do tempo.

4. Adolescente, jovem, adulto ou já na idade provecta, na perspectiva do Kairós, o que vale é a qualidade de vida e o sentido que se lhe dá. Precisamos viver a vida, com tudo de bom que ela nos proporciona.
Não nos compete muitas vezes escolher a vida que levamos, mas cabe a nós optar entre viver mais intensamente, sob a perspectiva de Kronós ou de Kairós.
Mais importante do que termos mais anos de vida, é termos mais vida nos anos que vivemos: É viver intensamente.

5. Se dermos mais vida, mais vigor, mais intensidade à nossa vida, certamente estaremos, como consequência, prolongando os anos de nossa vida. O inverso, geralmente, não ocorre.
A vida em Kronós é o tempo do trabalho, da produtividade.
A vida em Kairós é a emoção que pomos no trabalho; é a qualidade; é a fruição, o prazer de fazer. Kairós é o "Carpe Diem".

Na Macrópolis destaca-se a vida kairológica, na experiência cronológica...
A Megalópolis destaca Kronós. Na vida da pessoa consciente, Kronós e Kairós estão sempre articuladas, como a alma e o corpo.
Na Tetralogia Dinâmica, Kronós é mais razão e Kairós é mais sentimento. No entanto, tanto o Kronós como Kairós podem ter parte nos quatro pilares da tetralogia.

4
OS MUNDOS DE KAIRÓS
           
1. O Kairós é o mundo da arte, da beleza, do encantamento, do êxtase.
Nos museus vemos, uma vez ou outra, pessoas absortas, admirando um quadro ou uma escultura. Em Kronós, o quadro ou estátua é algo que se descreve, no tempo e no espaço. Mas o objeto de observação, fruição está em Kairós : a beleza, o encanto, a admiração que é algo imponderável.
Como exemplos clássicos de objetos de arte que  despertam, no apreciador a dimensão de Kairós, poderíamos citar: Lá Pietá, e Moisés de Michelângelo.

2. Grandes textos poéticos , em prosa ou poesia sempre atraem o apreciador para a dimensão de Kairós. Uma só frase pode nos prender a atenção por horas, dias e até anos.
Na arte há, claramente o presente contínuo, de Kairós.  Kronós dá  conta do texto formal. Kairós leva-nos a vivenciar outras dimensões subjacentes ao texto que, enfim, é sempre uma obra aberta.
Uma paisagem, um campo de flores, um nascer e um pôr-do-sol, podem ficar gravados em  nosso psiquismo, muito para além da ocorrência. Somos capazes de desvendar as vivências que da imagem desabrocham, uma relação biunívoca.

3. O êxtase que alguns  místicos experimentam “diante” de Deus, é um fato de Kairós.
O carinho entre duas pessoas que se querem bem, mutuamente, pode levar  também à vivência do Kairós, quando tudo é presente contínuo, desligando-se as pessoas do tempo cronológico, através de novas vivências.
Kairós é o tempo imponderável da fruição da arte, da poesia e até da espiritualidade.

EXERCÍCIOS:
O leitor pode pensar e relatar alguns momentos sociais, ou de  fruição da arte ou da poesia, onde se sentiu imergido no Kairós.
Faça uma análise sumária do Poema “Os Sinos da minha Aldeia”, de F. Pessoa, na perspectiva de Kronós e Kairós.


5
Onze Bandeiras da Macrópolis

O Movimento PACTO HUMANISTA GLOBAL - GLOBIPACTO - a
Macrópolis hasteia onze (11) bandeiras que são os grandes eixos de seu ideário: outras estão sendo formatadas:

1) desenvolver na teoria, e na Dinâmica , um humanismo integral, multidimensional e universal.

2) Desenvolver os conceitos do desenvolvimento sustentável, levando as pessoas a preservar a natureza (solo, água, ar e subsolo e cuidando de uma indústria e agricultura saudáveis).
3) Desenvolver a liberdade, com responsabilidade e com solidariedade.
4) Desenvolvimento Solidário, com prosperidade solidária e cooperação mútua.
5) A cultura de uma espiritualidade dinâmica, inter-religiosa, que una todos os teístas de boa vontade, com destaque para as três grandes religiões, do ramo de Abraão (cristianismo, islamismo e judaísmo).
Buscar o denominador comum onde todos possam cooperar, enquanto cada um zela pela própria identidade; o denominador comum seria a luta pela justiça com o bem-estar social.
6) Divulgar princípios e Dinâmicas de uma educação séria, sólida, competente e responsável.
7) Levar às escolas uma cultura universal consistente e atualizada, cultivando, simultaneamente os valores éticos e morais e a cultura de raiz.
8) Desenvolver os valores espirituais, como fazendo parte  da educação do homem integral.
Estimular atividades de meditação, como integradoras da pessoa humana consigo mesmo, com Deus e com o Universo.
9) Desenvolver e defender princípios que ajudem a consolidar uma sociedade mais livre, justa e solidária, onde todos cooperem de modo competente e responsável para o bem-estar de todos.
10) Cultivar a auto-consciência das pessoas e o desenvolvimento dos talentos de cada um, preservando e cultivando a dignidade da pessoa, respeitando a diversidade natural de cada um que lealmente busca a verdade.
11) Observar o mundo holisticamente, em todas as perspectivas e cultivar o espírito de reconciliação e ações positivas e de auto-estima.

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