quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O decálogo

DECÁLOGO HUMANISTA VIVENCIAL
José Jorge Peralta

1. PARTICIPAÇÃO:

1.1. Cooperar e manter espírito de solidariedade, cooperação, produtividade e harmonia no espaço de sua atuação, na sociedade humana.
1.2. Dar efetiva colaboração para que as Instituições e as pessoas cumpram, com maior eficiência, sua “Missão Humana”, em função da melhoria das condições de vida de cada um, do país e da humanidade.
1.3. Zelar pelo bom nome da Instituição comprometidas com o bem-comum, e cooperar para o bom desempenho de todos os setores a que estiver relacionado.
1.4. Ser aberto ao Diálogo, leal e sincero, como o caminho mais eficiente de uma convivência harmônica e produtiva.
1.5. Ser assíduo e dedicado nos compromissos que assume.
1.6. Respeitar e atender às normas pertinentes ao seu ofício.
1.7. Procurar conhecer, respeitar e cultivar os grandes valores humanos, culturais e naturais de sua região.
1.8. Não ser conivente com atos ou manifestações desleais que possam perturbar a ordem, o respeito, a dignidade, a eficiência e o desenvolvimento normal das atividades da Instituições ou dos espaços onde atua.
1.9. Ser atento e pugnar pela solução dos problemas que levam à violência, à corrupção e à decadência da educação, que leva à decadência social da cidade.

2. URBANIDADE / SEGURANÇA:

2.1. Ser cordial. Tratar com urbanidade e respeito todo o pessoal com quem se relaciona e com o público em geral, conhecidos e desconhecidos;
2.2. Ser atencioso. Atender a todos, com satisfação, atenção, benevolência e bem-querença, sem enfado ou má-vontade. Saber sorrir discretamente, com sorriso humano e não com sorriso de plástico: sorriso de manual de vendedor.
2.3. Ser altruísta, ajudando as pessoas a terem a própria identidade.
2.4. Respeitar a privacidade das pessoas e a identidade de cada um.
2.5. Zelar pelo bom nome próprio, das outras pessoas e das Instituições dignas, abstendo-se de práticas que possam ofender ou magoar pessoas ou prejudicar instituições.

3. ÉTICA:

3.1. Agir de forma compatível com a ética e a moral social, procedendo com lealdade e boa-fé, em todos os seus atos.
3.2. Ser consciente e firme em suas decisões justas, e até nas indecisões, nos parâmetros dos objetivos das instituições.
3.3. Colaborar para que  a  Ética  seja acatada, em função do bem comum e do melhor desempenho e bem-estar de todos.
3.4. Promover a paz e a harmonia na comunidade, promovendo o respeito à verdade, à justiça, à dignidade de cada um, na convivência produtiva de todos os seres humanos, sem injustas discriminações. Promover a cultura da paz. Rejeitar a violência. Nunca ser apático, nem indiferente, nem cara-de-pau, simulador.
3.5. Não ceder a prejudiciais concessões e transigências que possam comprometer objetivos maiores. Agir com suavidade, com firmeza e persistência.
3.6. Considerar o espírito permissivo e atos contra a verdade e a justiça, como atitude deletéria no processo de convivência.

4. MOTIVAÇÃO/ENTUSIASMO:

4.1. Colaborar para que as pessoas atuem com entusiasmo e sólida motivação, buscando sempre o próprio aperfeiçoamento e auto-estima e o bem-estar social.
4.2. Contribuir para que nas organizações haja um efetivo espírito de bem-estar, produtividade e aperfeiçoamento continuado.
4.3. Contribuir para que a Instituições sociais sejam sempre um espaço estimulante, agradável e acolhedor para quantos nele vivem e atuam.
4.4. Contribuir para que as Instituições sociais sejam um espaço atraente, acolhedor e de nível excelente. Que seja um espaço onde as pessoas  possam se sentir bem e alcancem a auto-realização, numa sociedade atuante, em mútua cooperação.
4.5. Contribuir para que as pessoas tenham motivos reais que façam a diferença para estimarem e se dedicarem à vida, ao bem-comum, na cidade em que vivem e convivem.
4.6. Zelar por uma educação de qualidade para todos, sem fantasias demagógicas.

5. APRIMORAMENTO:

5.1. Aperfeiçoar e atualizar continuamente seus conhecimentos, em função da maior competência e do melhor desempenho de suas atribuições, na sociedade. Procurar desenvolver, permanentemente, suas habilidades e competências.
5.2. Estar sempre atento a novas idéias criativas, às práticas inovadoras mas consistentes, e a novas tecnologias que possam contribuir para maior eficiência e bem-estar social.
5.3.  Zelar pelo efetivo aprimoramento da formação dos professores e do trabalho nas escolas, formando gente consciente e competente. Que as escolas ajudem a consolidar pessoas de caráter; que não se atenha apenas a transmitir  conhecimentos teóricos.
5.4.  Procurar implantar melhorias contínuas, em todos os seus ideais e ações.

6. PRODUTIVIDADE:

6.1. Promover a dedicação ao estudo, à pesquisa e à produção intelectual, buscando eficiência e resultados verificáveis, na consolidação de um cidadão competente.
6.2. Estudar sempre, tendo em vista a aquisição de competências e habilidades próprias da sua profissão, em perspectiva holística.
6.3. Promover o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da cultura e das artes, como elemento de melhoria da dignidade das pessoas e do bem-estar social.
6.4. Participar de atividades de prestação de serviços à comunidade, com destaque para o terceiro setor, visando dar contribuição pessoal e efetiva para melhorar as condições de vida também dos menos favorecidos, e estimular, nas pessoas,  o espírito de solidariedade.
6.5. Não estudar apenas para saber; estudar para saber transformar e saber viver.
6.6. Considerar a produtividade em duas dimensões: a dimensão interior, matricial, e a dimensão exterior, social.

7.  REFORÇO - AVALIAÇÃO:

7.1. Avaliar adequadamente o desempenho das pessoas, nas tarefas a que se dedicam, atribuindo com justiça, a cada um, o mérito que realmente merece, cobrando e estimulando o bom desempenho de todos e tendo em conta mais o esforço, o crescimento interior e dedicação, do que resultado exterior.
7.2. Ter consciência de que a pessoa não vence na vida com elogios e agrados mas com os conhecimentos, habilidades e competências adquiridas. Não camuflar vazios...
7.3. Fazer da avaliação um estímulo à dedicação e busca de qualidade das pessoas: um estímulo ao aprendizado permanente.
7.4. Levar em conta a seriedade objetiva do esforço de cada um, sem deixar se pressionar pelos vícios do princípio do “politicamente correto”.

8. ECONOMIA:

8.1. Zelar pela economia de material, energia, água, etc, e pela conservação dos espaços e equipamentos das instituições.
8.2. Zelar pela preservação e cultivo do meio ambiente, terra, ar e água e o mundo animal, vegetal e mineral e a mente das pessoas.
8.3. Zelar pela implantação de um desenvolvimento sustentável, com respeito às pessoas, às coisas, aos animais e a toda natureza.

9. ESPÍRITO DEMOCRÁTICO:

9.1. Possibilitar, a cada um, condições de desenvolver suas potencialidades e incutir nele o espírito de cooperação, participação, ética e responsabilidade social, como garantia da liberdade e do bem comum.
9.2. Considerar toda a pessoa como sujeito de direitos e correspondentes deveres, sem injustas discriminações.
9.3. Contribuir para que seja feita justiça eqüitativa, rejeitando a impunidade, como um mal social.
9.4. Deixar claro que democracia é igualdade de condições e corresponsabilidades e não “procurar levar vantagem em tudo”, em detrimento dos demais ou em prejuízo da verdade e da convivência produtiva, e que o egoísmo e o individualismo, sempre envoltos na arrogância e na ganância, são os terríveis parasitas que degeneram a sociedade.
9.5. Levar o altruísmo e a alteridade muito a sério, sabendo que este é um dos princípios  que os tempos modernos vão descartando, num processo de esfacelamento altamente deletério.

10. QUALIDADE:

10.1. Desempenhar com zelo, dedicação, presteza e qualidade suas atribuições.
10.2. Não fazer concessões à falta de dedicação e conseqüente desempenho deficiente de alguém. Motivar a todos a fazerem a sua parte, com dedicação e persistência. Estimular nas pessoas o esforço de aperfeiçoamento constante. Rejeitar falcatruas.
10.3. Fazer sua parte para que toda a ação da Instituição alcance a Qualidade esperada.
10.4. Dar às pessoas condições de trabalho, de motivação. Procurar garantir o direito das pessoas à tranqüilidade e à produtividade. Ninguém pode incomodar ou perturbar o trabalho dos demais, no cumprimento do próprio dever.
10.5. Manter sempre bem acesa a chama de um grande ideal que alicerce seu projeto de vida e lhe dará força para vencer inevitáveis adversidades.
10.6. Ter compromisso real, permanente e inalienável com a ética e com a verdade; com o diálogo, com a tolerância, com a solidariedade; com a justiça real; com a produtividade, com a eficiência, com a qualidade; com o respeito à dignidade humana, com a cultura da paz, com o bem-estar social e qualidade de vida do povo.
10.7. Cultivar os grandes valores da cultura humana: ser altruísta, generoso e leal.
10.8. Ter compromisso com a busca permanente de maior competência, com o aprender a sempre aprender, com a aquisição de novas competências e habilidades; com o progresso social, científico e tecnológico.
10.9. Buscar os bons resultados. Pensar sempre que “nem só do pão vive o homem”; que os resultados financeiros, só, não fazem as pessoas felizes, nem a paz social. Cooperar para que as outras também tenham uma vida melhor.
10.10. Ter compromisso com o desenvolvimento artístico e cultural; com a cultura e preservação da qualidade das águas e do meio ambiente; com uma avaliação séria e consistente em vista do aperfeiçoamento de todos; com a liberdade e a responsabilidade social e profissional.
10.11. Ter compromisso com a tolerância zero em tudo o que perturba a qualidade do processo educativo; com a vontade de fazer sua parte, antes de exigir que os outros o façam.
10.12. Ter compromisso para que, em todos os espaços e ações da Instituição, estejam sendo promovidos a Missão  que se propõe.

Considerações Finais

Neste inventário propomos um rol de atitudes recomendáveis, quase como um manual de escoteiro ou manual da Macrópolis. São elementos a serem discutidos, com base nos grandes princípios da Ética que aqui estão pressupostos.
O presente Decálogo quer dizer apenas que precisamos de parâmetros para levar a vida e as instituições muito a sério, na medida do possível. Reafirma, no entanto, que os princípios aqui formulados não são limites, mas parâmetros dinâmicos ou rumos possíveis para construirmos a nova cidade dos humanos,  onde a parte mais  sadia da sociedade não seja garroteada e amordaçada em seus ideais de grandeza, justiça, de solidariedade e de bem-estar; onde cada um  saiba e queira cumprir sua parte, por um mundo melhor; onde o altruísmo e o sentido da alteridade possam ser foco de renovação da sociedade tetralógica que quer levar  ciência ,  consciência e sabedoria às pessoas, num meio sócio-cultural em que cada um saiba e queira fazer a sua parte , compartilhando seus talentos, por uma vida melhor.

São Paulo, fevereiro de 2003
Última Revisão: setembro de 2010

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